quinta-feira, 5 de junho de 2008

Análise da Intertextualidade nos Poemas

A intertextualidade não só admite, mas compara que a literatura se produz num diálogo de textos, empréstimos e troca. A literatura nasce da literatura, cada obra nova é uma continuação por consentimento.
"Esse diálogo pressupõe um universo cultural amplo e complexo, pois implica na identificação e no reconhecimento remissões a obra ou a trechos mais ou menos conhecidos"
(Wikipédia).
" A leitura é uma fonte inesgotável de prazer
mas por incrível que pareça
, a quase totalidade,
não sente esta sede."
(Drummond)
FUMO
Composição: Raimundo Fagner / Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinhos
Os dias são outonos, choram, choram
Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredos
Invoco o nosso sonho, estendo os braços
E é ele, ó meu amor, pelos espaços
Fumo leve que foge entre meus dedos.

O poemas acima Fumo de Florbela Espanca, há intertextualidade com o cantor e compositor Fagner, quando o mesmo retoma os poemas da poetisa Portuguesa, e transforma-os em música brasileira. quanto a forma percebe-se que o poema é um soneto(dois quarteto e dois tercetos), sendo os versos todos decassílados.
E cujo esquema de rimas é regular(abba/abba/cdc/cdc), é assim como o poema de Florbela, a letra da musica de Raimundo Fagner, tem forma de um soneto que tem versos decassílabos e esquema de rimas praticamente igual ao poema de Florbela.

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